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Casa Chassi: vivendo no presente e morando no futuro.

Vivemos o presente e, claro, ele ainda é muito diferente do futuro que imaginávamos em 1985, quando ele nos foi apresentado pelo famoso filme "De volta para o futuro". Entretanto, já podemos morar no futuro... e ele é até melhor do que o que o mesmo filme previa. 


Como você imagina que serão as casas no futuro?

Os Jetsons nos deram algumas pistas quando éramos crianças – digo: muitos de nós (risos)! Todavia, para os entusiastas em arquitetura e design é um pouco diferente do que pensávamos.

Recente reportagem da UOL apontava para a desenvoltura e inovação dos projetos da Start-up brasileira de arquitetura e decoração Hometeka, que resolveu lançar todas as suas apostas no mercado imobiliário por meio de um conceito amplamente inovador, através de uma espécie de casa transportável, feita por módulos baratíssimos e ultrarresistentes e montada em inacreditáveis dez dias. Um imóvel com 81m², com dois dormitórios, um banheiro, cozinha, sala de estar e uma pequena varanda coberta saía em agosto de 2016 por incríveis R$ 175.000,00, com metro quadrado a partir de R$ 2.160,00, o que é, sem dúvida, muito mais barato que a média do metro quadrado da maioria das cidades brasileiras.

É bem verdade que, embora o valor seja muitíssimo atraente, nesse preço, não se inclui o terreno e tampouco a fundação da casa, cuja estrutura depende diretamente do terreno e pode custar em torno de R$ 10.000,00. Além desse detalhe, é claro, há o valor do frete, variável em função do local de instalação. Segundo a reportagem, para a região Sudeste, por exemplo, o frete estimado fica em torno de R$ 12.000,00. Ainda assim, com todos os custos adicionais, a casa sai bem mais barata que a média das casas compradas em capitais brasileiras e pode ser uma solução útil e ousada para a dificuldade que as pessoas têm de encontrar imóveis planos em áreas metropolitanas a preços viáveis, com a enorme vantagem de ser modular e de permitir obras com extrema facilidade, assim como o transporte para outra qualquer localidade do mundo. A casa é pré-fabricada em Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, sede da empresa.


Outra vantagem bem importante é que, segundo a própria Hometeka, ela pode ser transportada já montada, separada apenas pelos seus módulos, que serão então unidos e receberão o acabamento somente no local de instalação. Visualmente, parece muito com uma casa contêiner, mas a diferença fundamental está no emprego dos materiais e na tecnologia inovadora utilizada, como bem explica o arquiteto Pedro Haruf, um dos idealizadores do projeto: "Os módulos são um pouco mais altos e largos do que um contêiner, o que influencia no conforto térmico. A estrutura é de aço, as paredes são de placas de cimento e de gesso. O chão também é de placas de cimento e o teto, de OSB, um painel estrutural de pedaços de madeira. O exterior da casa pode ser revestido com telhas de PVC, madeira ou outros materiais.".

Efetivamente, casas de alvenaria construídas convencionalmente levam cerca de seis meses para ficarem totalmente prontas, segundo Carlos Borges, vice-presidente de tecnologia e qualidade do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Nesse sentido, o uso de casas pré-moldadas, desmontáveis em partes modulares, leva absurda vantagem de tempo e de mobilidade, pois em casos extremos podem ficar prontas em até uma semana, considerando moradias de estruturas básicas. Ademais, podem facilmente ser modificadas a custos muito mais atraentes, e, portanto, se trata de um produto que é infinitamente mais vantajoso ao se observar a depreciação natural dos imóveis com o decurso do tempo, ainda que o preço inicial não seja tão mais baixo, algo em torno de 30% inferior, considerando o custo médio do metro quadrado para o projeto Minha Casa Minha Vida, que é de R$ 3.000, segundo informações da Construtora MRV, o que ainda assim, pode ser relevante levado em conta a qualidade das casas construídas no projeto que aqui se compara com o da Hometeka.

Agora o que é o mais legal: Esse projeto de casa móvel apareceu para o grande público por meio de um concurso de arquitetura promovido pela própria Hometeka. A ideia foi considerada tão inovadora e ousada, que após o projeto ter saído vencedor do prêmio então oferecido pela start-up, foi considerado tão viável comercialmente, que ela própria decidiu investir no seu desenvolvimento no mercado imobiliário, oferecendo aos arquitetos idealizadores, Pedro Haruf e Bernardo Horta, uma comissão participativa sobre as vendas.


Naturalmente, há um nicho de clientes potenciais no qual a empresa aposta para alavancar o projeto. Esse foco se encontra na ideia potencial da casa móvel como segunda residência: casa de praia ou de campo, como afirmou Leandro Araújo, um dos sócios da Hometeka, em entrevista ao UOL: "Obras de casa de lazer costumam demorar mais e dar mais trabalho pelo fato de o dono morar em outra localidade e desconhecer fornecedores locais. Estamos negociando com condomínios para tentar a venda por atacado, o que reduziria os custos operacionais. A ideia é que o cliente compre o lote e possa comprar a casa junto."

Considerando as possibilidades inovadoras e os custos que a ideia apresenta, a empresa tem a expectativa de comercializar 50 casas para 2017, todas em parcerias estabelecidas com condomínios, como dito acima pelo Leandro Araújo. Apesar da empresa ainda não fazer vendas diretas, há um cadastro potencial de clientes em lista de espera, o que deve sair do papel em 2018, caso as expectativas se confirmem.

Qualquer pessoa que se interesse pelo projeto financiado pela Hometeka, batizado oficialmente de Casa Chassi, ficará encantado pelas inúmeras possibilidades construtivas que os módulos proporcionam. Considerando a medida padrão de um módulo em 9x3 metros, é possível fazer a casa com quantos módulos se desejar, bem como, dispor dos mesmos de maneiras inacreditáveis e até empilhá-los, para fazer outros demais andares. Há também a clara possibilidade de alterar a disposição das construções já prontas, a qualquer momento, apenas dispondo dos módulos de outras formas geométricas quaisquer.


Tudo isso, aliado à possibilidade de transporte dos módulos e à redução de custos e de tempo por usar materiais pré-fabricados, torna o projeto irresistível.

Sim. Já podemos morar no futuro e o melhor, vivendo no presente.

Hometeka: http://portfolio.bimbon.com.br/casachassi

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